sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11.11.11

é um lá
e um cá

Moska na sopa

Meu Amor partiu
Cansou dos meus vícios

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Like a stone

espero por aquela palavra
vindo não sei de onde
e nem em quanto tempo ela vai chegar
na mala ideia
na letra, a forma
espero por aquela palavra
aqui, em cima deste ponto.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

De Quatro

Fifi
Duquesa
Polly

essas cachorras não saem de minha cabeça

sábado, 13 de agosto de 2011

e de repente

tudo muda
mudam os números
:
dos relógios
dos calendários
da conta bancária
dos fios na cabeça
de pessoas ao redor
...
volto a ser apenas um
nos meus múltiplos de eus
.

sábado, 6 de agosto de 2011

.

resolvi ficar
pra ver onde e quando isso vai terminar
de um jeito natural
se é que há naturalidade
em uma bala perdida
ou num sinal vermelho avançado
no último gole da cirrose
mas agora sei como se conversa com os anjos
mas agora sei como se conversa com os anjos
resolvi ficar
pra dizer que esse papo de tempo é pura besteira
sem ele a gente vive muito mais
de um jeito natural
porque há naturalidade no brotar
ou numa larva expelida do vulcão
como se fosse uma donzela no seu primeiro gozo
e agora eu sei como se transformam os anjos em demônios
agora eu sei como eles se transformam
resolvi ficar
na eternidade de um pensamento
nas limitações das palavras
nas suposições das ideias
pra ver como e por que isso tem que terminar
como todas as canções
como todas as juras
como todas as histórias
que mesmo sem fim já têm um final

quinta-feira, 26 de maio de 2011

www

é muita informação
é muito conteúdo
é muita velocidade
é muito futuro no presente
é muita apontação
é muito latido
é muita ovacionação
é muito nada no tudo
é muita falácia
é muito andor
é muita encenação

pra pouca ideia

quarta-feira, 20 de abril de 2011

É a cabeça da outra formiga

as marcas marcam
o tempo, a pele, o sentimento
as marcas acompanham
os silêncios, os neurônios, os documentos
as marcas marcam
a história, o dia sem glória, a perda da vitória
mas as marcas fazem algo a mais do que registros
seja um zé ninguém ou seja cristo
as marcas nunca morrem
apenas se escondem em algum lugar
no infinito.

sábado, 26 de março de 2011

Faça chuva, faça sol

o primeiro lugar nem sempre vence
a gente nasce sem dente
o gelo às vezes é quente
e o último pingo é sempre da cueca
a dor é sempre de quem sente
a verdade é outra pra quem mente
de fato o cego não precisa de lente
e a primeira impressão é a que fica
ficar apaixonado é coisa de adolescente
o carrasco é o que menos se importa com a gente
quem foi escolhido que dê um passo à frente
e só acerta ou erra quem arrisca

quinta-feira, 10 de março de 2011

drummond e outros pensamentos

no meio do caminho havia uma porta
havia uma porta no meio do caminho
fechando um passado
abrindo um futuro
como dizem por aí
vão se os dedos
ficam os anéis
e formam-se novas alianças
no meio do caminho
havia um futuro
que ficou no passado
vão-se os anéis
ficam os dedos
que eram de vidro e se quebraram

sábado, 8 de janeiro de 2011

Pedaço de Terra (poema póstumo)

e eu aqui no meu cantinho
e ele ali no canto dele
as risadas e os sorrisos da memória
me faziam acreditar
estou pertinho do céu
...
é melhor deixar pra deus
esses míseros pedacinhos de terra